Vamos entender o PP, antes de nele depositar nosso voto, através da coligação costurada pelo PSDB de Geraldo Alckmin, da qual a agremiação política faz parte com louvor, uma vez que lhe forneceu a candidata a vice-presidente, a senadora Ana Amélia (PP/RG). A sigla, abreviação de Partido Progressista, é uma espécie de “língua do pê”, enquanto a denominação nada diz a respeito dos seus objetivos ou propósitos, pois até o PT se diz a favor do progresso. Enfim, o partido foi fundado em 2003, fruto de várias fusões que remontam à Aliança Renovadora Nacional (ARENA) e cuja principal liderança política foi o deputado cassado Paulo Maluf, hoje em prisão domiciliar. Trata-se do quarto maior partido nacional que, desde seus primórdios, demonstrou especial pendor para o fisiologismo, contabilizando, em seus quadros, o maior número de políticos investigados pela Lava Jato.
Seu presidente, o senador Ciro Nogueira (PP/PI), envolveu-se em escândalos como membro da CPMI do Cachoeira e, mais recentemente, seu indiciamento, juntamente com o da sua esposa, a deputada federal Iracema Portela (PP/PI), foi solicitado pela Polícia Federal e aceito pelo Supremo Tribunal Federal, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Contudo, o senador, em virtude da coligação PP/PSDB, é ministeriável, caso Geraldo Alckmin seja eleito, uma vez que o progressista, um dos partidos da base do Governo Temer, dificilmente abrirá mão, caso saia vencedor nas urnas, das recheadas pastas que administra atualmente: saúde, cidades e agricultura, além da Caixa Econômica Federal, o que não é pouco, considerando-se as verbas que circulam na tríade, sobretudo, as que mantêm o claudicante SUS.
Para arrematar, Ciro Nogueira, apesar do apoio formal que seu partido penhorou a Geraldo Alckmin e de ter votado a favor do impeachment de Dilma Rousseff, faz campanha ostensiva, no Piauí, para o híbrido centauro Luladdad (“sobrevivência eleitoral”, segundo a senadora Ana Amélia). Por outro lado, o PP gaúcho rachou com o PSDB e declarou apoio a Bolsonaro, deixando a destemida parceira de chapa do tucano, natural de Lagoa Vermelha (RG), pendurada na brocha. Em resumo, o PP, associado ao PSDB, através de coligação devidamente registrada no TSE, apoia o PT no Piauí, enquanto seu diretório no Rio Grande do Sul rompe com o PSDB e declara apoio ao PSL. Deu para entender ou convocamos Nair de Tefé, Ziraldo e LAN para desenhar o imbróglio, digno de um cartum?
* As informações e dados contidos neste texto podem ser facilmente conferidos em sites de pesquisa e nos principais meios de comunicação.