Acabo de auscultar um velho amigo, raposa felpuda (não se importa de ser assim chamado) que já ocupou todos os cargos políticos que este país tem a oferecer, com exceção da presidência e da vice-presidência da república, e continua a frequentar os bastidores do poder na capital federal. Com base nas últimas estatísticas, que considera falhas e tendenciosas (“mas é o que temos!”) e que podem “alterar-se drasticamente nas próximas semanas”, acredita que o embate final se daria entre o Capitão (26%) e o Lullandrade que, no momento, está empatado com Ciro Gomes (13%), mas tem considerável potencial de crescimento.
Os fiéis da balança seriam o PSDB de Geraldo Alckmin, sem chances, até agora, de faturar o segundo turno, tendo em vista suas péssimas opções, da escolha do candidato à dos partidos da coligação que costurou, e o PDT de Ciro Gomes com o qual o tucano, hoje com 9% das intenções de voto, poderia, mediante um grande esforço, ombrear-se. Considera que a maioria dos eleitores do PSDB votariam no Lullandrade, tendo em vista que ambos os partidos, ademais de interesses históricos em comum, como as pautas da social-democracia, sepultariam suas desavenças de comadre, a fim de solapar a Lava Jato e resgatar seus líderes, ora condenados, presos, indiciados ou investigados.
Quanto à preferência dos eleitores do PDT, pondera tratar-se de uma incógnita, uma vez que Ciro Gomes está disputando os votos do nordeste palmo a palmo com o poste petista, produzindo, portanto, um estimável cabedal de ressentimentos, e se considera vilmente traído pelo hóspede da Superintendência Regional da Polícia Federal no Paraná. Calcula, finalmente, que Marina igualar-se-á ao Amoêdo, em torno de 4 a 6 % das intenções de voto, e, juntamente com os demais lanterninhas, não se afastarão do banco de reservas. Não se aventura, por enquanto, a declarar o vencedor, mas vislumbra que, mais do que os votos do Lula, o petista herdará sua rejeição, muito próxima à do Bolsonaro.