Carta aos Mineiros

Queridos compatriotas da terra onde a primeira semente da liberdade germinou,

A Nação e, particularmente, Brasília, onde os lamentáveis acontecimentos se desenrolaram, levaram seis anos para se livrar de uma senhora que, despreparada, desnorteada e possivelmente afásica, foi erguida como um poste em plena Praça dos Três Poderes pelo então presidente da república, a fim de sucedê-lo.  Errática, afundou-se em desgovernos que provocaram a mais profunda e persistente crise política, econômica, sociai e moral que este país já enfrentou.  Os principais legados de sua incompetência e inaptidão para o cargo foram dois anos consecutivos de PIB negativos e 13 milhões de desempregados.

O descarte dessa Senhora assemelhou-se a um parto de nove meses, de 2 de dezembro de 2015 a 31 de agosto de 2016.  Foi arrastado, doloroso e submeteu o país, já mergulhado em profunda crise, a um período de turbulência e insegurança sem precedentes. Substitui-a um governo impopular, liderado por um vice-presidente escolhido e ungido pelo seu partido,  ao qual falta representatividade, uma vez que o afastamento dessa Senhora foi dissimuladamente denominado “golpe”, apesar do processo ter obedecido aos trâmites constitucionais, com exceção da traiçoeira manobra final que lhe poupou os direitos políticos, obra do sectarismo do ministro do Supremo Tribunal Federal que presidiu o julgamento.

Brasília, prezados conterrâneos, é nacional e injustamente conhecida como a terra da corrupção, dos conchavos espúrios e da maracutaia, termo utilizado pelo próprio partido dessa Senhora, quando ainda desfilava como porta-estandarte da moralidade.  Ora, cumpre lembrar que tal reputação é fruto, sobretudo, da qualidade dos políticos que as unidades da federação remetem à capital federal.  Nessas condições, solicita-se encarecidamente ao povo mineiro não despachar essa Senhora para o Planalto Central, muito menos como representante desse nobre Estado.  Equivaleria a devolver um produto com defeito de fábrica, para o qual não há peças de reposição.  Brasília agradece.

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