O DNA Brasiliense do Programa Econômico de Bolsonaro

A edição do Correio Braziliense, de 11/10/2018, revelou que o programa econômico do candidato Jair Bolsonaro, sob a supervisão de Paulo Guedes, conta com equipes de cinco a seis notáveis para tratar de cada assunto.  Integram os grupos economistas reconhecidos do eixo Rio-São Paulo, além de professores da Universidade de Brasília (UnB) e do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Carlos Eduardo de Freitas, ex-diretor do Banco Central (BC) informou ao periódico que os profissionais que se dedicam à elaboração do programa foram recrutados por Adolfo Sachsida, diretor-adjunto de Estudos e Políticas Regionais, Urbanas e Ambientais do Ipea, e “têm como diretrizes a economia de mercado baseada no tripé macroeconômico, o ajuste fiscal, a abertura econômica, privatizações e medidas de estímulo à produtividade”.

Destacou, ainda, as presenças de colaboradores do jaez de Maria Sílvia Bastos Marques, ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e de Roberto Castello Branco, também ex-diretor do BC, doutor em economia pela Escola Brasileira de Economia e Finanças da Fundação Getúlio Vargas.  A fim de reforçar o DNA brasiliense do programa, ressaltou, finalmente, a recente aquiescência do professor de macroenomia da UnB Roberto Ellery em integrar a equipe.

Estou convencido de que a ideia é submeter a economia a um novo choque, a exemplo do que ocorreu com a implementação do Plano Real, mas de cunho liberal, sem, no entanto, descartar os avanços, sobretudo os sociais, obtidos até o presente.  Por outro lado, o candidato já anunciou dois outros nomes para o seu ministério, além de Paulo Guedes, ou seja, o deputado Onyx Lorenzoni, para a Casa Civil, e o general Augusto Heleno Ribeiro Pereira, para a Defesa.

Quanto a Fernando Haddad, declarou apenas que seu Ministro da Fazenda não será um banqueiro e que negociará a reforma da previdência com ninguém mais ninguém menos do que Ciro Gomes.  Não acredito que tenha convidado Jean Wyllys para o Ministério da Educação, afinal o candidato é um acadêmico.  Por outro lado, seus eventuais ministros estão encarcerados, em prisão domiciliar ou acabam de perder eleições e reeleições para cargos do legislativo.  Foram tantos que terá problemas para acomodar todos na Esplanada dos Ministérios.

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