A Nociva Polarização da Imprensa

A vítima de hoje das redes sociais foi Miriam Leitão, cuja aposentadoria sugeri há pouco e que fez por onde merecer as críticas por recente matéria de sua autoria publicada no portal da Globo. Menos agressiva que a esquerda, que não poupa palavras de baixo calão contra seus desafetos, a direita limitou-se, até onde li os comentários, a chamá-la de seca, negativa e amaldiçoada (possivelmente, uma evangélica), além de digitalizar mais incentivos para que se aposente.

É desalentador assistir à jornalista macular seu currículo, ao transformar sua rejeição a Bolsonaro em cavalo de batalha pessoal. Assim como o presidente eleito declarou que governará para a nação, Miriam bem poderia ser formadora de opinião de todos os brasileiros, através de análises isentas e esclarecedoras. Capacidade ela tem! Sua atual atitude a prejudica profissionalmente e compromete o meio de comunicação para o qual trabalha. No momento, não passa de mais uma carpideira de esquerda, inconformada com a vitória do candidato.

Na verdade, a polarização da sociedade atingiu a mídia em cheio. Uma parte, bem mais modesta do que a antagônica, parece visar aos 55,13% do eleitorado que optou por Bolsonaro, enquanto a outra, repercutindo ladainhas derrotistas, aos 44,87% de eleitores que votaram em Haddad. O país permanece, assim, cindido e privado de avaliações precisas e desapaixonadas das propostas de Paulo Guedes, Sérgio Moro e Marcos Pontes, os ministros até agora anunciados, e das do próprio Bolsonaro. É óbvio que nem todas são implementáveis, como quer a imprensa que apoia o presidente eleito, como nem todas são descartáveis como divulga a que o desaprova.

Entrementes, Miriam Leitão pergunta se Bolsonaro contestará o resultado das urnas eletrônicas e Cristiana Lobo se Pontes construirá um foguete! Melhor papel faz a imprensa alternativa que, pelo menos, nos diverte. A “Falha de São Paulo” publicou hoje a seguinte manchete: “Primo do amigo do vizinho do porteiro de Bolsonaro é acusado de agredir mulher em briga de transito”. A “Folha de São Paulo” apressou-se em esclarecer tartar-se de “perfil de humor, apenas uma sátira”.

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