Mãe Dilma (não confundir com a “presidenta”) do Cururupu (MA) é uma vidente que deve ter por volta de 90 anos e, diferentemente de outros paranormais, inclusive de seu conterrâneo Bita do Barão, o pai de santo do Sarney, não é conhecida e não quer sê-lo. Não recebe clientes e as consultas são enviadas a e respondidas por uma filha, que se locomove em cadeira de rodas. Quem a conhece e já se valeu dos seus serviços diz que ela é tiro e queda.
Mãe Dilma é fiadora e divulgadora de uma das lendas mais fantásticas do Maranhão, ou seja, a de que D. Sebastião, o rei português que desapareceu na batalha de Alcácer-Quibir contra os mouros, em 1578, e cujo retorno ainda é esperado pelos sebastianistas, tomou as areias do Marrocos, onde a escaramuça teve lugar, pelas da Ilha dos Lençóis (não confundir com os lençóis maranhenses), no litoral de Cururupu, onde o monarca se encontra até os dias de hoje. Mãe Dilma navega anualmente à ilha, a fim de fazer oferendas e recarregar os poderes nas dunas movediças do local.
Pois bem, um figurão de Brasília pergunta-lhe todo início de mês quais os prognósticos para os próximos trinta dias. Soube que, para o mês em curso, Mãe Dilma, em seu discurso à maneira de Nostradamus, divisou que, se o filho for expulso de casa pelo pai, a coisa ficará mais preta do que arroz de cuxá (prato da culinária maranhense), que o mouro será derrotado pelos cristãos de Bíblia na mão e que quem procurou vai achar. Barbas de molho.