Aniversário do Bolsonaro

Ontem foi aniversário de Jair Messias Bolsonaro.  65 anos.  Não vi grandes comemorações nas redes sociais.  Aliás, com exceção de um registro aqui, outro ali, passou em brancas nuvens. Segundo seus próprios sequazes, os cumprimentos foram transmitidos através de mensagens particulares, a fim de evitar constrangimentos ao presidente, uma vez que os desafetos certamente atacariam quaisquer eflúvios de seus apoiadores.  Apesar de tudo, das recomendações e argumentos contrários, o aniversariante declarou que comemoraria o evento no Alvorada.  Espero que com um séquito limitado, uma vez que há 22 infectados na presidência, que se saiba.

O fato é que os porta-vozes do bolsonarismo fanático e desenfreado falam, cada vez mais, para um reduzido círculo íntimo de adoradores, que se curtem e se apoiam.  Basta consultar a lista de frequentadores das páginas de qualquer um deles:  sempre os mesmos nomes, as mesmas mensagens rancorosas de intolerância, de justificativa do injustificável, de defesa do indefensável.  Nenhuma adesão.  Panorama muito diferente do daquele da campanha política do capitão nas redes sociais, quando até eu, monarquista empedernido, fui cooptado e me converti.  

Entrementes, a agenda do presidente, diferentemente das da grande maioria dos brasileiros afetados pela pandemia, segue programada para 2022, ano das próximas eleições. Não houve alterações de rumo, apesar da gravidade do  momento que atravessamos e que ele negaceia, como um muar empacado no meio do caos para o qual muito contribui. Continua impávido na rota do confronto desnecessário, errático e intempestivo. Infelizmente, está cada vez mais isolado à sombra de um mangueira na entrada ou na saída, sei lá, do Alvorada num bate-boca de vizinhos-de-muro-baixo, de onde distribui insultos e bananas.

Mas sabem o que, juntamente com o coronavírus, realmente me preocupa?  É o silêncio do Lula (dizem as más línguas que está negociando asilo político mundo afora, de onde possa se transmutar em um Olavo de Carvalho às avessas) e o caldeirão da esquerda que está em plena ebulição.  Tem cheiro de carniça no ar ou, segundo um velho ditado inglês, mal e porcamente traduzido, o ranço da gordura atrai as ratazanas. Começam a divagar e a divulgar, Dilma, Erundina et caterva à frente, o #eleiçõesjá, caso haja impedimento do presidente.  Enfim, pode ser que não exista Brasil, até o fim do ano.

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