Establishment

Não estou entendendo mais p… nenhuma (desculpem, mas hoje estou puxado a Olavo de Carvalho)! Bolsonaristas vituperando contra o Establishment, com letra maiúscula! Nos meus compêndios de Ciência Política, bem lidos e assimilados, isso é coisa de comunista ou, no mínimo, de anarquista. Ou não sabem o que o termo significa ou estão tentando atarantar a esquerda com esse papo-cabeça. 

A expressão, que passou a designar a ordem social, econômica e política de uma sociedade ou Estado, surgiu na Inglaterra. Deu nome à aliança entre a burguesia urbana e a aristocracia rural britânicas que controlavam a economia e as finanças do país. Conservador e liberal, o Establishment opunha-se a qualquer compartilhamento de poder com outros grupos, sobretudo com os trabalhistas (Labor Party ou Partido dos Trabalhadores).

Pejorativamente, o termo é utilizado pela esquerda para se referir a grupos ou elites capitalistas que controlam os meios de produção e servem de esteio aos “poderes estabelecidos” ou ao famoso “tudo isso que aí está”. Na luta de classes, apregoada por Marx, é o alvo preferencial dos comunistas, enquanto, no Brasil, parte representativa de seus membros construíram com o PT conúbio duradouro e vantajoso para ambas as partes. Conclui-se que nem o comunismo resiste à esculhambação nacional! 

É possível que essa faceta corrupta de parcela do Establishment brasileiro seja a razão dos ataques de bolsonaristas, ao confundir a parte com o todo. Ou talvez embaralhem Establishment com Ministério da Saúde e Governo do Estado de São Paulo, contra os quais voltaram suas baterias. Contudo, é o Establishment que mantém Bolsonaro onde está, já que, no momento, não deseja um tsunami político ou, gato escaldado, o retorno de Lula. Senão, já o teria removido, como o fizeram com Collor e Dilma, pois já cumpriu sua missão de encerrar a era PT.

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