A Queridas Amigas, em Agradecimento pela Inspiração
Fred Weston, em seu artigo “Em Defesa do Marxismo” (tradução de Fabiano Adalberto), para o movimento “Esquerda Marxista – Corrente Marxista Internacional “, escreve que
“De acordo com as estatísticas de 1935, os sindicatos fascistas (incluindo 1.659.000 trabalhadores industriais) tinham 4.042.000 filiados. Havia também 83.000 filiados na Associação Fascista dos Professores; 110.000 filiados na Associação Fascista dos Funcionários Públicos; 99.000 na Associação Fascista dos Ferroviários; 48.000 na Associação dos Trabalhadores dos Correios, e várias outras organizações que reuniam trabalhadores em clubes e associações de ‘ajuda mútua’. No total, as organizações fascistas reivindicavam 12 milhões de filiados, dos quais 1.096.000 eram filiados diretamente ao próprio Partido Fascista”.
Lembremo-nos, portanto, que o fascismo, desde os primórdios (surgiu após a I Guerra Mundial, que contou com a participação dúbia da Itália), instalou-se com o apoio imprescindível e decisivo dos sindicatos e corporações profissionais italianos, traço do regime que o marxismo tenta apagar, uma vez que se valeu das mesmas agremiações, guinando-as para o comunismo, para plantar suas raízes na península itálica. Em resumo, cientistas políticos o definem como um movimento político e filosófico de caráter autocrático e ditatorial, cuja derrocada contou com a inequívoca participação das associações profissionais que o sustentavam e se sentiram traídas (a massa salarial real despencou em 25%) por Mussolini.
Em seguida, o autor pergunta: “foram eles realmente ‘sindicatos’?”. E responde: “não eram sindicatos de forma alguma, mas simples instrumentos do Estado” – como se os da União Soviética não o fossem! Ora, qualquer semelhança com a situação brasileira não é mera coincidência, onde sindicatos, especialmente a Central Única dos Trabalhadores (CUT), movimentos sociais, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), e uniões estudantis, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), são meros instrumentos do Partido dos Trabalhadores (PT).
Assim, se há algum fascista nestas eleições, e não creio que haja, tendo em vista a vetustez e o descrédito do regime, bem como as distintas condições históricas, políticas, econômicas e sociais do momento, certamente não é Jair Bolsonaro, cujo programa, segundo a Agência Sindical, “dispersa e desagrega” o movimento sindical, uma vez que outorga ao trabalhador a liberdade de escolher seu sindicato, liberando-o do jugo do peleguismo oficial, além de ser contrário ao restabelecimento do já extinto imposto sindical obrigatório.
Chamo, portanto, a atenção para o cuidado que se deve ter ao utilizar determinados rótulos ultrapassados, tais como “nazista”, “fascista”, “golpista” e até o pseudoatual “comunista”, sobretudo, diante da atitude de membro do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), candidata à vice-presidência do país, que, em ato de total subversão ideológica, comungou piedosamente no dia de Nossa Senhora Aparecida, o que deve ter provocado o chacoalhar na tumba dos ossos de Carlos Prestes, nosso máximo líder marxista.
Na atual conjuntura – não espero que adotem minha nomenclatura (desculpem pela rima involuntária) – nossa opção foi reduzida, por um lado, a um Jair Bolsonaro liberal de direita que, caso eleito, governará com autoridade, mas, por força dos preceitos constitucionais e uma considerável bancada petista no Congresso Nacional, sem autoritarismos ou preconceitos, ciente de que o Brasil não é mais o mesmo país de 1964. Por outro, um Fernando Haddad social-democrata de esquerda, que, caso eleito, dará continuidade aos 4 governos consecutivos do PT, mas não logrará implantar o comunismo ou o bolivarianismo no país que, 8ª economia mundial, não é a Venezuela.
A saída da sinuca, portanto, é mais simples do que se imagina. Quem estiver conforme com o legado petista ou deseja continuar a usufruir de suas benesses pouco republicanas vote no Haddad. Não há necessidade de se justificar, diante dos desmandos do PT, acusando o oponente de nazista, fascista, golpista, racista, homofóbico, misógino etc., uma vez que, no Brasil dos nossos dias, não há sequer espaço para a adoção, sobretudo, por um único indivíduo, de tantos comportamentos antidemocráticos e antissociais, sem que o transgressor se dê muito mal. Declare, simplesmente, que não vai com a cara do outro: fará mais jus à sua inteligência.
Concentremo-nos nos programas dos candidatos e abandonemos os jargões sensacionalistas que, como as “fake News”, só servem para desorientar os eleitores.