Fim dos museus

Desde 2015, dois museus da máxima importância para as culturas nacional e internacional foram consumidos pelas chamas. O primeiro a ir-se foi o Museu da Língua Portuguesa, em São Paulo. Nenhuma lição foi apreendida e a catástrofe se repetiu com o decano de nossos Museus, o Nacional da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Perdeu-se um acervo incalculável de peças históricas e científicas.

A catástrofe do Museu Nacional só é comparável ao incêndio que atingiu o Museu da Cidade das Ciências e da Indústria, a nordeste de Paris, maior museu de ciências da Europa, coincidentemente, em 2015; ao incêndio, em 1998, do Museu Histórico do Estado, em Moscou, cujo acervo, no entanto, não foi danificado, e o que atingiu, em 1958, o Museu de Arte Moderna de Nova York, destruindo famosa tela de Claude Monet. Ouso dizer que nenhum deles, em países onde os museus proliferam às centenas, presentes em quase todas as cidades, tem a importância para a cultura local do Museu Nacional. Por outro lado, são tragédias isoladas que não se repetiram no exíguo lapso de três anos.

Infelizmente, este foi o resultado inconteste da corrupção, da incúria, do descaso dos sucessivos governos nacionais que arrastaram a cultura para as últimas fronteiras do desinteresse. Resta esperar que o novo governo, quem quer que seja eleito, dê um melhor destino aos patrimônios histórico e científico deste país. Mas não somente isso, que consiga sensibilizar a população e o setor econômico para a preservação do nosso passado. Um país que desconhece seu passado está fadado a reeditar os piores equívocos. A continuar as coisas como estão, é esperar pelo próximo armagedom.

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