“Macron, Maricom”

Estou colecionando as alcunhas que o presidente francês está amealhando nas redes sociais brasileiras.  Sem mencionar as impronunciáveis nesta página, “micron” me parece competição entre ginasianos para determinar quem tem o maior. “Vasif*dé”, com pronúncia e grafia afrancesadas, me remete à gama de livros de autoajuda em voga.

A mais fofinha, a meu ver, é “Macron, maricom”, postada por uma senhora aparentemente de respeito e de idade (caso leia, dirá que de idade sou eu, no que tem razão).  Não se deu conta de que ofendeu a comunidade LGBT ao incluir em suas hostes, com toque de machismo rioplatense, o coitado do gaulês.  Sobrou até para a vetusta Madame Macron que os franceses dizem ser o armário do marido.

Enquanto isso,  o presidente francês, preocupadíssimo com os xingamentos, seguiu firma na execução da sua agenda, recheada pelo governo brasileiro com amplos panos para mangas, ou seja, garantir sobrevida à moribunda agricultura francesa, ameaçada pelo acordo entre o Mercosul e a União Europeia,  e submeteu a crise à apreciação do G7, o grupo dos sete países mias ricos do mundo.

Algumas pessoas, de boa-fé, confundiram a estratégia de Macron com conspiração internacional para ocupar a Amazônia.  Menos!  Trump, receoso de perder a colaboração do futuro embaixador do Brasil em Washington, apoiou Bolsonaro, o G7 isolou o presidente francês e a Merkel, que o mandatário brasileiro mandou plantar batatas, preocupada com os investimentos germânicos no país, sinalizou que a dor é mais embaixo.

 

 

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