O Fenômeno FHC

O fenômeno FHC, assim como o custo Brasil e outras idiossincrasias que nos são peculiares, não é difícil de entender. A causa é reconhecida por aqueles que conviveram, trabalharam ou se opuseram a Fernando Henrique Cardoso: a vaidade ou, segundo o dicionário, “valorização que se atribui à própria aparência, ou quaisquer outras qualidades físicas ou intelectuais, fundamentada no desejo de que tais qualidades sejam reconhecidas ou admiradas pelos outros”. Com efeito, após disputar e ganhar duas eleições contra Luiz Inácio Lula da Silva, FHC perdeu o protagonismo, apesar de ungido presidente de honra do partido, e, a partir de então, nenhum candidato do PSDB, José Serra ou Geraldo Alckmin, adequou-se a seus requisitos e mereceu seu incondicional apoio, por três eleições sucessivas, a primeira que catapultou, com Fernando Henrique acocorado no muro, e as demais que consolidaram o PT no poder. A única provável exceção foi Aécio Neves, justamente o que menos merecia as bênçãos patriarcais. O fenômeno, assim como El Niño ou La Niña, se repete nas atuais eleições, uma vez que o candidato do PSDB é o mesmo que ele desaprovou em 2006. Portanto, os eleitores de Alckmin, até por afinidade ideológica (ambos os partidos disputam a representação internacional da social-democracia brasileira) tenderão a votar em Fernando Haddad.

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