TEORIAS DA CONSPIRAÇÃO

  Tenho escutado e lido teorias da conspiração que acusam o General Gonçalves Dias de “permitir” a tentativa de golpe do 08/01, a fim de favorecer o PT, dando-lhe motivos para perseguir inocentes ativistas de extrema direita que sequer estavam no local da infâmia. Cobrem-no de impropérios, alguns não condizentes com a respeitabilidade que se espera de pessoas probas e provectas. Na contramão, os reconhecidamente de extrema direita que se sacrificaram, a fim de perpetrar o 08/01, devem estar frustrados, pois, além de serem presos e condenados, alguns a 17 anos de confinamento, ainda são confundidos com esquerdistas infiltrados, ou seja, não contam, sequer, com o reconhecimento e a gratidão de seus correligionários que a tudo assistiram do sofá de casa e ainda criam teorias da conspiração par achincalhá-los. 

  E já que estamos no campo das teorias da conspiração, também tenho escutado e lido algumas que asseveram que o General GD foi convertido, à última hora, pelo grupo de generais que, na reunião ministerial de 05/07/2022, se comprometeram com Bolsonaro a convencer colegas de caserna a aderir ao golpe. GD juntou-se, assim, aos demais oficiais das FFAA, ao governador do DF e seu secretário de segurança pública e aos policiais federais e militares que cruzaram os braços, durante a destruição das sedes dos Três Poderes.  Acuado, GD pediu demissão, assim que sua defecção foi escancarada.  O PT, no entanto, guarda a sete chaves a embaraçosa deserção, por tratar-se de um fiel ex-amigo do Lula. Seria doloroso demais admitir a traição.

 E por falar na malograda insurreição de 08/01, convém lembrar que ninguém promove um golpe de estado sem tropa. Foi a marcha sobre a Guanabara de seis mil homens da 4ª Região Militar, sediada em Juiz de Fora e comandada pelo General Olímpio Mourão Filho, que, no intuito de depor o Jango, deu início ao golpe de 64. Diante desta realidade incontornável, recordo-me sempre da indagação do Garrincha, que hoje seria considerada memática, após o Feola explicar a complexa estratégia, de difícil execução, a ser adotada pela seleção em jogo da Copa de 1958, contra a Rússia: “mas o Senhor já combinou tudo isso com os russos?”.  No caso, vale a pergunta aos protagonistas  do 08/01: mas vocês combinaram com as Forças Armadas?  Simples assim, como diria o Pazuello.

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